sábado, 12 de junho de 2010

É a morte

É na morte que algumas coisas nascem. Sentimentos adormecidos e escondidos por vergonha ou precaução. Sentimentos enraizados que só despertam com a grande perda. Por que esperar? Amar, odiar, falar o que se tem “vontade” enquanto os sentidos são capazes de assimilar alguma coisa.
Frases não ditas se tornam frases malditas quando escondidas pelo véu da precaução. Não chore mais. Ele não vai te ouvir. Seu soluço só será absorvido por você mesmo. Sua chance passou assim como a vida de seu ente querido. Achou que não aconteceria com você, não é? Pois é. Muitos não querem acreditar, mas a morte é a coisa mais viva em nossas vidas, eu acho.
Algumas pessoas anseiam por ela. Suplicam por respostas que lhes revelem o caminho. Poetas da morte, sem medo. Que acordam na noite, como Azevedo. Não clamo a morte, eu não! Porém não a temo. Não anseio, mas sem receio. Só não espere por mim. Não ouvireis quando houver partido: nem grito, soluço ou latido.

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